terça-feira, 22 de julho de 2008

Zelosos caminhos visionários


97.

Apanharam muito mais coisas do que aquelas que poderiam imaginar. Não conseguiam observar directamente para dentro do bem guardado salão, onde os convivas iam comendo. A muita criadagem trabalhava na cozinha horas a fio. Os odores a comida e temperos alastravam bem para lá dos aposentos reais, em nuvens de culinárias satisfações. Os ébrios vapores dos cozinhados, temperados com o néctar predilecto de Baco, as sentidas temperaturas e fervuras quentes das tentadoras frituras, condimentavam os ares da cidade. Comunicavam assim os ventos, que desta estranha maneira os transportavam, que por ali se tratavam de coisas de bandulho. Gente fidalga ou nobres mui importantes recebiam honras de reais recepções. As preparações foram muito curtas, mas as ordens de el-rei devem ser processadas rápida e eficazmente. Surpreendentemente, nos tristes dias passados pela população da cidade, pretextos de mortes pela peste de cónegos regrantes, tudo inspirava ainda a devida consternação.
Mas a cada tema o tratamento devido que cada tema deve ter.
Estar vivo é arriscar e aceitar os riscos e a insegurança do destino.
A vida destes Templários guerreiros, que visitam agora Dom Sancho, está embrenhada nos pergaminhos dos seus zelosos caminhos visionários. El rei respeita e honra as liberdades escolhidas pelos membros da ordem e procura, através da preservação destes respeitos mútuos, mantê-los e perpetuá-los até à exaustão. O seu próprio futuro político necessita e depende imenso desta determinação e dos interesses Templários no futuro deste reino.
Até que todas as suas vidas se apaguem do tecido da nação.
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