47.
Em pacatez de palavras estavam os monges foragidos, os padres, carpinteiros, arquitectos e toda a demais humana necessidade para a construção e outros trabalhos em Ferreira. Seguiam os dois Templários que avançam na frente deste raro grupo, sendo encerrado na retaguarda pela guarda do terceiro, que finalizava o cortejo. As preces eram mantidas em silêncio, não fosse dar disso conta o bando de Raimundo. Tinham subido por um pequeno outeiro em direcção a um planalto de onde, lá mais arriba, se avistava toda aquela planície e muito mais ao longe, Ferreira. A distância era já significativa. Dava alento à esperança de que esses sanguinários assassinos, por aquelas bandas, já não viessem cobrar vidas, nem sangue, nem cinzas.
- Seria sensato dar ainda mais distância de Ferreira ao grupo? Mais do que dois ou três dias, até à segurança da cidade? Alguns destes padres parecem doentes, são fracos de pernas. Outros sofrem maleitas de tripas e fraco estômago, porventura o receio a alimentar medos ao espírito. Alguns animais carecem de repouso, principalmente os nossos, que de tão fustigados pela pressa em dar aviso, quase sucumbiram na corrida.
Os animais iam agora a passo, de cabeça baixa e olhos cansados. Acompanhavam os lentos passos da caminhada do grupo. Já nem o receio da morte parecia dar ânimo às pressas. Essas foram gastas nas primeiras horas da fuga, bem desorientada por sinal. Parecia que de nada valiam as palavras organizadas dos Templários e de alguns nobres arquitectos que procuravam rapidez na acção de fuga. Os padres, monges e um religioso muito importante de Braga que por ali se encontrava em visita, estiveram mais preocupados nas preciosidades litúrgicas e na procura dos brilhantes valores da igreja do que em dar importância à salvação das próprias santas vidas.
- Mestre Fernando Dias por esta altura deverá já ter chegado a Ferreira. Com fé e a firmeza das rezas e preces a Nosso Senhor, acreditamos que a jornada tenha acabado de forma tranquila para os nossos. Seria talvez sensato dar abrigo às pernas, aquecer os estômagos e aguardar por novidades de Ferreira. Quem sabe se não vêm já em nosso auxílio ou procura? Melhor seria arriscar a jornada de volta pois estas almas parecem fenecer com cada passo tomado em direcção contrária da de Ferreira!
O Templário que acompanhava o colega, montando a caminho do que seguia na retaguarda do grupo, disso lhe foi dar conhecimento. Dessa conversa se chegou à razão de dar conselho ao retorno e disso se deu comunicado ao prior e ao arquitecto chefe e a outra alta individualidade francesa e à importante figura religiosa de Braga. Daí à ordem em dar forças às pernas para voltar, foi coisa de poucos instantes.
- Senhores, homens de fé e todos os outros demais que aqui se encontram! Escutai! Depois do consenso obtido em rápido plenário, deliberou-se que seria mais sensato o retorno a Ferreira! Com a calma e a benemérita serenidade com que Nosso Senhor Jesus Cristo nos abençoou, sigamos então na direcção de Ferreira e entreguemo-nos a seus sagrados desígnios.
Desta vez de forma ordeira e nada alterada, todas aquelas humanas figuras se voltaram no sentido contrário ao que tinham até então percorrido. Ergueram de novo a esperança e os ânimos, levantaram cabeças e corpos e abalaram com destino igual ao da saída.
- Seria sensato dar ainda mais distância de Ferreira ao grupo? Mais do que dois ou três dias, até à segurança da cidade? Alguns destes padres parecem doentes, são fracos de pernas. Outros sofrem maleitas de tripas e fraco estômago, porventura o receio a alimentar medos ao espírito. Alguns animais carecem de repouso, principalmente os nossos, que de tão fustigados pela pressa em dar aviso, quase sucumbiram na corrida.
Os animais iam agora a passo, de cabeça baixa e olhos cansados. Acompanhavam os lentos passos da caminhada do grupo. Já nem o receio da morte parecia dar ânimo às pressas. Essas foram gastas nas primeiras horas da fuga, bem desorientada por sinal. Parecia que de nada valiam as palavras organizadas dos Templários e de alguns nobres arquitectos que procuravam rapidez na acção de fuga. Os padres, monges e um religioso muito importante de Braga que por ali se encontrava em visita, estiveram mais preocupados nas preciosidades litúrgicas e na procura dos brilhantes valores da igreja do que em dar importância à salvação das próprias santas vidas.
- Mestre Fernando Dias por esta altura deverá já ter chegado a Ferreira. Com fé e a firmeza das rezas e preces a Nosso Senhor, acreditamos que a jornada tenha acabado de forma tranquila para os nossos. Seria talvez sensato dar abrigo às pernas, aquecer os estômagos e aguardar por novidades de Ferreira. Quem sabe se não vêm já em nosso auxílio ou procura? Melhor seria arriscar a jornada de volta pois estas almas parecem fenecer com cada passo tomado em direcção contrária da de Ferreira!
O Templário que acompanhava o colega, montando a caminho do que seguia na retaguarda do grupo, disso lhe foi dar conhecimento. Dessa conversa se chegou à razão de dar conselho ao retorno e disso se deu comunicado ao prior e ao arquitecto chefe e a outra alta individualidade francesa e à importante figura religiosa de Braga. Daí à ordem em dar forças às pernas para voltar, foi coisa de poucos instantes.
- Senhores, homens de fé e todos os outros demais que aqui se encontram! Escutai! Depois do consenso obtido em rápido plenário, deliberou-se que seria mais sensato o retorno a Ferreira! Com a calma e a benemérita serenidade com que Nosso Senhor Jesus Cristo nos abençoou, sigamos então na direcção de Ferreira e entreguemo-nos a seus sagrados desígnios.
Desta vez de forma ordeira e nada alterada, todas aquelas humanas figuras se voltaram no sentido contrário ao que tinham até então percorrido. Ergueram de novo a esperança e os ânimos, levantaram cabeças e corpos e abalaram com destino igual ao da saída.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário